Você quer?

O dia acordou lindo, mesmo sendo cinza, a escuridão permitiu ver o brilho da luz, aproveitar o nascer do dia, o frio, a chuva e sentir prazer em ver tudo isso.

Estar. Viver. Presenciar a magia e gostar da vida porque ela é bonita, porque somos belos e para isso não precisamos querer, apenas somos.

Somos o que somos. Em cada pedacinho há um traço especial, o melhor jeito, nos identificando e reluzindo ao mundo uma maneira única do ser.

Então levantamos e continuamos a respirar, mas agora com mais vontade, mais profundamente. É quando a poeira baixa, quando evoluímos e damos a volta por cima.

Afinal é preciso seguir em frente. É necessário levantar e viver.

Mãe e a cria

O ventre. Uma casa. O casulo do pequeno já tão amado por todos. Com o tempo ele cresceu e transformou a mulher que passou a ser mãe.

A fêmea que de sensual parece não ser, pensa na cria o tempo todo. Quer tê-lo, e vive seus dias imaginando como ele será depois que largar o cordão.

É preciso deixar aquele laço que os mantinha unidos, a fonte de vida que ela gerou dentro de si.

Agora sente o mexer do ser que se cria e que está quase pronto para nascer.

Bloco de notas

Explode com a vontade que te invade de não pensar no que se precisa. Mãos que anseiam por arte e não por lixo. Que querem gozar no mais perfeito encontro entre som, entre palavras belas, ruídos, lábios que se mexem, olhos antendos e satisfeitos.
Assim os dedos tremem, a mente se recusa a pensar. Nada de novo, apenas a bola de apoiar os pés. Vontade de rir na cara, de dizer não.
Anseio que faz da vida uma loucura, que me guia, que me invade, mas não deixo consumir.
É preciso despertar. Abrir os olhos e tentar sentir sabor no que não tem gosto, mas mata a fome de viver nesse mundo capitalista.

Minha máquina de fazer humanos

Somos máquinas, parecemos máquinas, agimos como animais selvagens. Bom seria se agissemos como máquinas, sem lembrar do passado, sem guardar rancor.

Viver livremente cada momento se preocupando apenas com o nosso presente.

As únicas coisas que adicionaria, a essa máquina, seriam um coração e todos os sentidos.A mistura perfeita entre sanidade e coração. Então poderia chamá-la de humana.

The Hunter

Ontem assisti um filme incrível, não só pelo ator (Willem Dafoe), mas pelo belo roteiro.

Com uma trama bem resolvida, que investe tempo nas cenas mais importantes da história sem se prender aos detalhes fúteis, fala de um relacionamento humano de um cientista com a família que o hospeda durante uma caçada na Tasmânia. Humana também é a relação que o caçador tem com sua presa.

Quando encontra o último espécime Tilacino, também chamado Tigre da Tasmânia e, tendo em vista que as pessoas para quem trabalha estão unicamente interessadas no animal, destruindo tudo que estiver ao seu redor para conseguir, ele toda uma atitude muito digna. Não é coisa de gente, mas de instinto. Atira, mata, mas reserva ao animal a possibilidade de ficar, mesmo que como pó, no seu habitat, livre de maiores explorações.

E o Tigre da Tasmânia some nas cinzas.

Minha plantinha

Quando o mundo gira e percebo que estou parada, sinto o toque dele dentro de mim e a alegria consome meu ser.
Tudo parece melhor depois que tenho tu bem aqui.

Se Enlouquecer

Já se sentiu a ponto de explodir. Quando o limite esgota e a tensão toma conta, cabeça quente e outros sintomas fazem tomarmos atitudes insanas. Já pensou estar louco?

Durante a semana assisti o filme "Se Enlouquecer não se Apaixone", de Ryan Fleck e Anna Boden. Um drama, uma comédia, a mistura disso com um filme bem adolescente, mas bom, muito bom.

Craig passa por uma fase confusa, onde seu melhor amigo namora quem ele gostaria de estar. Com a pressão dos pais, da escola e a falta da companhia ele resolve se matar.

Sem coragem vai para o plantão médico e pede internação em uma clínica psiquiátrica. Lá encara seus medos e conhece alguém especial. Descobre que a paixão que sente pela namorada do amigo é ciúmes e nada mais. Trama muito bem feita e divertida.