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terça-feira, 26 de abril de 2011

Sem carro e sem dinheiro, vai de Fusca

A sede por aventura e a falta de condução me fez viver momentos inesquecíveis dentro de um Fusca. Sábado ao meio-dia, depois de uma noite de temporal, parti para um passeio de uma hora e meia dentro daquela condução que mais parece ser um brinquedo.

Quando tentei abrir a janela, o vidro emperrou e foi parar dentro da porta. Para ligar o carro precisou de um empurrãozinho, quando pegou soltou alguns ruídos que mais pareciam flatos. A direção era dura, a chuva veio e a janela não fechava. Senti os impactos e pulei ao passar em buracos. O carro lutava para nos manter na pista.

A bateria morreu e o carro pegou no tranco, enquanto descia uma lomba. Cheguei feliz ao destino e olhando com espanto para o carro. Tão pequeno e indefeso e ao mesmo tempo forte.

Na volta, com o vidro consertado, nem toquei na janela. A bateria morreu, empurrei o estimado Fusca. Cheguei em casa meio surda e com dor nas costas e pernas.

O Fusquinha estava lá, pronto para outra. Mas eu me rendi ao carro, não consigo mais ficar perto dele. Quero distância desse veículo que é bonito, resistente, mas que para mim é desconfortável.

Agradeço o empréstimo e a aventura. Nunca me esquecerei desses momentos.

Turbulência

Pouco sei sobre escolhas, mas vou pelo meu instinto. Aquela vontade que persegue e que me faz decidir mudar ou ficar parada onde estou. Segui convicções que foram alteradas, planos que falharam e não sei como cheguei onde estou. Nem se aqui é bom ou é melhor mudar. Na dúvida estou parada esperando a turbulência passar para então dar novos passos.


Lugares que não conheço, assuntos que não vi. Tudo se mistura e uma confusão que por vezes se transforma em choro me invade. Fácil seria se existisse uma forma de saber o que gosto e o que devo evitar, mas dizem que a insatisfação acompanha os humanos. Certa ou errada tento me manter em pé, confiante. Mas tudo parece insensato e a viagem que tanto sonhei corre o risco de não acontecer.
O que aconteceu e ainda acontece é o abalo pelo carro que não voltou, pelas pessoas que perguntaram e nada fizeram para ajudar e pela procura que não leva a lugar algum. A vida é amarga quando percebo que lutei por algo que não vai acontecer e ainda saí no prejuízo.

Faria tudo para encontrar o Bunda Branca :(

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Como perder um carro

Não é difícil imaginar várias formas de se perder um carro.
Seja num acidente, por falta de regularização ou simplesmente por chegar para buscá-lo, numa sexta-feira triste e não encontrá-lo mais.
A tristeza consumiu o casal que contava com o bom funcionamento do único carro da família.
Ela chorou, ele não quis demostrar, mas calou com um silêncio assustador, e a criança perguntou quando o carro voltaria.


O pai disse que daria um jeito, ela não sabia o que fazer. Se sentia indefesa, impossibilitada de tomar qualquer providência, acho que ele também se sentia assim.Os dias foram passando, mas nada de retorno do bunda branca, um parceiro dela, nas manhãs de sono e nos finais de tarde. Ela lembrou dos bons momentos que passou dentro daquele  carro e chorou.


Ele continua tentando demostrar força, mas ela sabe que ele está arrasado.
Eles queriam muito encontrar o estimado Bunda Branca.